"Redução" é uma obra que carrega em si uma forte carga simbólica sobre a efemeridade da matéria e os ciclos naturais de criação e destruição. Nela, a silhueta da icônica escultura de Boccioni é preenchida com carvão, evocando o processo de transformação da matéria em carbono — uma redução ao estado essencial após o fim da vida.

O carvão, sendo o resquício da combustão, atua aqui como um lembrete da fragilidade do material, enquanto sua forma ainda mantém um vínculo com o passado. A escolha do carvão, frequentemente associado à destruição e ao fim, aqui sugere uma nova possibilidade de existência: aquilo que se desintegra mantém sua presença de forma alterada, reduzida, mas ainda legível.

A obra não apenas faz uma reflexão sobre a finitude da matéria, mas também sobre a permanência da forma e o poder da ausência como um vestígio de uma presença anterior.