Estudo para Seurat | 2011
Detalhes / OBRA DE ARTE
Título: Estudo para Seurat
Criador: Alexandre Mury
Data de criação: 2011
Tipo: fotografia
Meio: C-print (impressão cromogênica)
Período da Arte: Contemporâneo
Movimento/Estilo: Arte Conceitual, Arte Performática
Assunto: autorretrato, releitura, confete, pontilhismo, corpo masculino, plano inteiro
Obras Relacionadas: Estudo para "Poseuses", 1886–87, Georges Seurat
Artistas Relacionados: Georges Seurat
⚿ Palavras-chave
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Procedência: Alexandre Mury Coleção Particular / Acervo Pessoal de Obras de Arte
Direitos: © Alexandre Mury
Georges SeuratModelo de frente, 1887Óleo sobre madeira, 25,0 x 15,8 cmMusée d’Orsay
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Georges Seurat acolheu e subverteu a tradição histórica da arte com modelos
O pontilhismo, quando surgiu, foi rejeitado, por muitos críticos, na época, por ser muito metódico — um estilo que nunca poderia ser aplicado a assuntos nobres como o nu. "Les Poseuses" (as modelos) é a demonstração icônica do artista — da versatilidade da técnica.
Seurat trabalhou em uma composição de três nus realizando estudos preparatórios com cada pose individualemente. O artista usou para ordenar seus pensamentos preliminares sobre os elementos de sua composição em grande formato.
© RMN-Grand Palais (Musée d’Orsay) / Adrien Didierjean
Georges SeuratModelo de frente, 1886Óleo sobre madeira, 25,0 x 15,7 cmMusée d’Orsay
Georges SeuratEstudo para "Les Poseuses" (As Modelos), 1886–87Lápis de cera Conté sobre papel avergoado(29,7 x 22,5 cm)Coleção Robert LehmanThe Metropolitan Museum of Art
Georges SeuratAs Modelos ( Les Poseuses), 1886–1888Óleo sobre tela, 200 x 249,9 cmBarnes Foundation
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Seurat simultaneamente e espirituosamente posicionou suas modelos contra "La Grande Jatte", no seu estúdio, que aprece à esquerda na cena de "Les Poseuses", permitindo uma comparação entre nu e vestido, interior e exterior, e demonstrando o processo e artifícios da criação de imagens. Era um quadro dentro de outro quadro — Uma citação de si mesmo.
Seurat era formado na École des Beaux-Arts, onde aprendeu fundamentos conservadores da prática artística. As três modelos invocam As Três Graças da antiguidade — o que poderia ser: prontamente reconhecido por críticos e espectadores sofisticados, toda abundância de referências à fontes acadêmicas e de vanguarda, clássicas, renascentistas e do século XIX.
Georges Seurat foi um dos primeiros artistas a fazer um uso sistemático e dedicado da teoria das cores — Pioneiro da técnica neo-impressionista comumente conhecida como pontilhismo ou divisionismo.
Georges SeuratUm domingo em La Grande JatteA Sunday on La Grande Jatte — 18841884–1886óleo sobre tela207,5 × 308,1 cmThe Art Institute of Chicago
Aphrodite (Venus Colonna)Marble. Roman copy of the 2nd century CE after a Greek original of the 4th cent. BCE.H. 204 cm.Inv. No. 812.Roma, Musei Vaticani, Museo Pio-Clementino, Gabinetto delle maschere, 37______________
Afrodite Pudica (Vênus Pudica) é o apelido dado ao primeiro nu feminino completo em tamanho natural na tradição da arte grega. Em seu tempo a nudez pública só era aceitável para o corpo masculino.
Também conhecida por Afrodite de Cnido ("Cnidian Venus") esculpida em mármore Feita pelo escultor grego Praxiteles por volta de 350 aC..
A original não está mais preservada, a estátua foi a mais copiada da Antiguidade, mais de 330 cópias sobrevivem; a mais coerente com a original, chamada Venus Colonna, está no Gabinetto delle Maschere, nos Museus do Vaticano. A postura da mão direita também foi motivo de muita polêmica e ambiguidade desde que a estátua foi exposta ao público pela primeira vez.
Jeanloup Sieff (1933-2000) deixou uma marca indelével na história da fotografia. Foi muito autêntico, com seu estilo reconhecível pela elegância, capturando curvas suntuosas dos corpos femininos, em nus sensuais em preto e branco. Neste trabalho deixa explícita uma referência através do título da obra.
A pose da Vênus Pudica ou "Venus Modesta " é representada nua, mas com um braço ou mão cobrindo os seios e outra o púbis, ou apenas uma mão cobrindo o púbis também poderia estar associada à criação de Seurat homenagedo por Jeanloup Sieff.
A modelo cobrindo a região pubiana lembra uma Vênus Pudica, que é o arquétipo de tantas representações do nu feminino que se seguem, incluindo "A Expulsão"(1427), de Masaccio e "O Nascimento de Vênus"(1485), de Botticelli.
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A japonesa Yayoi Kusama, A partir de 1958, começou a encenar happenings e performances que chamou de "Self-Obliterations". A artista colocava bolinhas em si, nos corpos de participantes voluntários e em tudo ao redor. Para Kusama, a imagem dos pontos representa os pedaços de si mesmo, obliterados; uma metáfora de desistir da identidade, abolir a singularidade e tornar-se um com o universo – ou “auto-obliteração”.
Yayoi Kusama leva o espectador a contemplação da arte e dos corpos – uma fusão de carne e identidades em um todo, sem unidades individuais discerníveis. Kusama foi uma das primeiras artistas a experimentar trabalhos imersivos no início do movimento pop art.