Trabalhos Selecionados, Obras de arte:
Obras importantes deAlexandre Mury
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Texto: O conjunto da obra
O opus magnum do artista Alexandre Mury transcende os limites da performance e da fotografia, adentrando na autoinvestigação do próprio processo de criação artística, a natureza da arte, e questões relacionadas à percepção, interpretação e significado das obras de arte. Sua meticulosa construção de narrativas cênicas, permeada por objetos e elementos de profundo valor simbólico, rompe paradigmas e desestabiliza expectativas convencionais. Mury, reinterpreta a própria essência da arte, desvelando camadas ocultas e subvertendo o propósito original.
Os autorretratos são o cerne de sua expressão. O conjunto de sua obra é um fractal de espelhos. Repetidamente, usando a autoimagem, ele reencena obras-primas consagradas, transmutando-as em algo novo e inquietante. A anomalia temporal é sua aliada: estruturas compositivas imortalizadas por pintores e escultores são preservadas, mas não intocadas. Mury, reelabora essas formas ancestrais, infundindo-as com texturas contemporâneas e materiais inusitados.
A provocação dialógica com o anacronismo é sua assinatura. Ele nos convida a questionar o fluxo inexorável do tempo, a desafiar a linearidade histórica. Como um alquimista das artes, Mury transmuta o passado em presente, o presente em futuro. Suas obras são portais, nos quais a linguagem da pintura e da escultura se entrelaça com a semiótica do agora. Mury sugere uma abordagem ou método que se assemelha a uma "arqueologia reversa", como uma tentativa de até mesmo antecipar o futuro e buscando compreender o presente por meio da análise de artefatos e vestígios da história.
O público encontra nas obras de Mury um labirinto conceitual, cada elemento, cada escolha de material, é um enigma a ser decifrado. A filosofia da arte e a antropologia visual convergem em sua obra, revelando a tessitura da condição humana nas tramas dos significados. Cada elemento de suas obras é meticulosamente selecionado, não apenas para compor a cena ficcional, mas também para extrair narrativas profundamente enraizadas na realidade sociológica.
Alexandre Mury é provocador de contradições. Seus autorretratos são espelhos que refletem não apenas sua imagem, mas também a nossa própria busca pela transcendência. Afinal, como ele nos lembra, a arte é um diálogo eterno entre o passado e o presente, entre o efêmero e o eterno.
[≣] ⇽ Ver lista das principais obras.
A aranha chorando, 2012
A Criação de Adão, 2012
A Duquesa feia, 2011
A Madonna rodeada por Serafins e Querubins, 2012
Abaporu, 2010
Aopkhes, 2014
Apollinaire, 2010
Big Sue, 2013
Cavaleiro Noturno, 2013
Cristo Redentor, 2010
Dafne, 2011
Esqueleto queimando um cigarro, 2012
Estudo para Seurat, 2011
Eu e a aldeia, 2014
Femme fatale, 2015
Francis Bacon, 2011
Ganímedes - 2012
Hamlet, 2010
Homem Cactus, 2014
Icarus-Jazz, 2011
J.Y.M. , 2015
James Ensor, 2012
Laocoonte e seus filhos, 2010
Leviatã, 2014
Lisa, 2013
Lúcifer, 2011
Mandril, 2015
Maria Madalena, 2012
Netuno, 2010
Nick Bottom, 2011
Nu azul, 2011
O Anjo Do Lar, 2011
O belo açougueiro, 2015
O Caracol, 2015
O Mundo de Cristina, 2014
O Pesadelo, 2011
O Poeta, 2012
Os quatro elementos
Papoula, 2013
Terra, 2015
Um inglês em Moscou, 2014
Um Sátiro, 2012