O Caracol | 2015
Detalhes / OBRA DE ARTE
Título: O Caracol
Criador: Alexandre Mury
Data de criação: 2015
Tipo: fotografia
Meio: C-print (impressão cromogênica)
Período da Arte: Contemporâneo
Movimento/Estilo: Arte Conceitual, Arte Performática
Assunto: autorretrato, caracol, caramujo, caixa de papel, papel recortado, cores.
Obras Relacionadas: The Snail (L'escargot) 1952-1953, Henri Matisse
Artistas Relacionados: Henri Matisse
⚿ Palavras-chave
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Procedência: Alexandre Mury Coleção Particular / Acervo Pessoal de Obras de Arte
Direitos: © Alexandre Mury
A obra "O Caracol" de Alexandre Mury é uma releitura performática que dialoga diretamente com a colagem "L'Escargot" (1953) de Henri Matisse. Nesta performance, Mury utiliza elementos visuais e corporais para reinterpretar a abstração de Matisse, oferecendo uma perspectiva muito peculiar sobre a relação entre forma, cor e representação.
Na performance, Mury veste uma caixa de papelão nas costas, adornada com retalhos de papéis coloridos dispostos em espiral, remetendo à composição cromática de Matisse. Seu corpo é pintado de azul, enquanto a cabeça é verde, estabelecendo uma correspondência direta com as seções coloridas da colagem original. Essa escolha cromática não apenas homenageia Matisse, mas também sugere uma desabstração da obra, trazendo a representação do caracol para o domínio físico e humano.
Mury transcende a mera imitação ao transformar a abstração bidimensional de Matisse em uma performance tridimensional e viva. Ao incorporar fisicamente os elementos da colagem, ele inverte o processo de abstração, materializando o conceito de Matisse em uma forma humana. Essa abordagem provoca uma reflexão sobre os limites entre o abstrato e o concreto, o artístico e o performático.
Henri Matisse, em "L'Escargot", utilizou a técnica de recortes de papel para criar uma representação abstrata de um caracol, onde a espiral sugere a forma do animal. Mury, ao reinterpretar essa obra, não apenas presta homenagem ao mestre francês, mas também questiona os processos de abstração e representação na arte. Sua performance dialoga com movimentos artísticos que exploram a relação entre corpo e arte conceitual.
A performance "O Caracol" de Alexandre Mury é uma obra multifacetada que une performance, pintura corporal e escultura efêmera. Ao reverter o processo de abstração de Matisse, Mury convida o espectador a reconsiderar as fronteiras entre o abstrato e o concreto, o humano e o animal, o artista e a obra. Esta abordagem lúdica e poética esconde uma profundidade conceitual que desafia interpretações simplistas, reafirmando a capacidade da arte de gerar novas narrativas e questionamentos.
Eu não pinto coisas. Eu só pinto a diferença entre as coisas.
— Henri Matisse
Henri MatisseThe Snail (L'escargot)1952-1953Guache sobre papel recortado e colado sobre papel montado em tela286,4 x 287 cmTate Modern collection in London
"Primeiro desenhei o caracol da natureza. Segurando-o, percebi um desenrolar; encontrei em minha mente uma imagem simplificada da casca — então peguei a tesoura".
Matisse deu à obra o título alternativo "La Composition Chromatique". Ele combinou pares de cores complementares — vermelho/verde, laranja/azul, amarelo/malva — para criar um efeito vibrante. Foram cortados ou rasgandos retalhos de papel, pintadas com guache, então colados.
Matisse foi fortemente influenciado pela arte de outras culturas. Ele incorpora em seu estilo próprio as qualidades decorativas da arte islâmica, a angularidade da escultura africana e o achatamento das estampas japonesas.
Matisse cresceu em uma cidade têxtil, onde teve contato com uma ampla variedade de estampas, cores e texturas; provavelmente influenciaram significativamente a estética de Matisse. Além disso, a intimidade de Matisse com as tesouras, em particular com os recortes de papel, pode ter sido influenciada por essa associação com os tecidos.
Ao dedicar muito tempo em uma composição em seu estúdio, Jean Arp não consegue finalizá-la; o artista se desesperou e rasgou o papel que estava trabalhando, mas se surpreendeu com a composição dos papéis quando eles caíram no chão. Então Arp cola os papéis em uma tela conforme eles caem. Jean Arp Chamou esse método de 'produção de acordo com as leis do acaso'.
Jean (Hans) ArpSem título (quadrados arranjados de acordo com as leis do acaso)1917Papel colorido recortado e colado sobre papel colorido33,2 x 25,9 cmMoMA
Arp via o acaso como um meio de acesso, através do inconsciente, aos processos básicos de ordenação do mundo natural. Por meio desse processo singular, Arp foi pioneiro na randomização de práticas visuais, e seu trabalho durante esse período teria um impacto poderoso sobre os surrealistas e sua exploração de noções de automatismo. Arp, portanto, representa um elo crítico entre os dadaístas e os surrealistas.
Os estudos de composição para "Vaca" revelam a abordagem meticulosa de van Doesburg para encontrar o equilíbrio certo entre abstração e formas reconhecíveis. Por meio desses estudos, ele provavelmente experimentou vários arranjos de formas e cores para obter o efeito desejado. Esses trabalhos preliminares demonstram seu compromisso em explorar a relação entre elementos geométricos e representação. A "Vaca" exemplifica a abordagem inovadora de van Doesburg à arte, borrando os limites entre abstração e representação.
Theo van DoesburgEstudos para Composição (A Vaca), Sem títuloc. 1917Guache, óleo e carvão sobre papel39,4 × 58,4 cmMoMA
Paul CézanneMonte Sainte-Victoire1902-1904Óleo sobre tela73 × 91,9 cmPhiladelphia Museum of Art
O trabalho de Cézanne durante este período foi preenchido com luz direta e formas nitidamente delineadas. Em suas obras, Cézanne geralmente se esforça para unificar ritmo, forma e cor. Nessa busca por uma expressão mais subjetiva e um tratamento mais experimental dos meios formais de pintura marca uma clara ruptura com o impressionismo.
Em suas paisagens, incluindo as diversas pinturas de observação do 'Mont Sainte-Victoire', Cézanne gostava de modificar e simplificar as cenas. Isso quebrou a norma da paisagem de compor em planos para definir a profundidade, uma poderosa redutividade geométrica, o uso de cores não naturais ou arbitrárias, prenunciando o cubismo e a abstração.
Cézanne rompe com a perspectiva renascentista e os rigores da representação. Não satisfeito com a troca do ateliê pelo ar-livre, dos impressionistas, na sua busca por descobertas cognitivas diante do que é pintado, Paul Cézanne foi um pintor pós-impressionista que lançou as bases na transição do impressionismo do século XIX para as grandes correntes da pintura no século XX.
Piet MondrianNoite; árvore vermelha1908-1910Óleo sobre tela70 cm × 99 cmGemeentemuseum Den Haag, The Hague
Inicialmente, Piet Mondriaan pintou no estilo naturalista, entusiasmado com as novas pesquisas estilísticas entre os artista europeus; Mondrian imita o padrão incansável dos pontilhistas, depois a transitoriedade da pincelada impressionista, novamente experimenta as pinceladas vibrantes das aventuras de Van Gogh no colorido de audaciosos matizes fauvistas e ainda se confunde com as primeiras decomposições cubistas de Braque e Picasso.
Para entender bem a transição do estilo de Mondrian, podemos comparar uma série de árvores que Mondrian pintou de 1908 a 1911. As primeiras árvores são representadas de forma naturalista, enquanto as obras posteriores se tornaram progressivamente mais abstratas. O contorno da árvore é reduzido até que a forma da árvore seja quase imperceptível e se torne secundária na composição geral de linhas verticais e horizontais.
Estudo para a Árvore Cinzenta1911Carvão sobre papel58,4 x 86,5 cm
A Árvore Cinzenta1911Óleo sobre tela79,7 x 109,1 cm
Macieira florida1912 Óleo sobre tela78,5 x 107,5 cm
Três árvores de Piet Mondrian(todos na coleção do Gemeentemuseum, Den Haag)
Piet MondrianTableau No. 2/Composition No. VII1913Óleo sobre tela104,4 x 113,6 cmSolomon R. Guggenheim Museum, Nova York
As Composições com Planos de Cores mostra sua ruptura com o cubismo analítico e exemplifica os princípios que expressou em seu ensaio "O novo plástico na pintura". Mondrian reduz a arte a seus puros valores neoplásticos, já que são o mínimo múltiplo comum de toda representação possível, o todo unitário do qual deriva toda representação.
Pablo PicassoEl Toro1945-1946Série litografias Desenhado a guache e bico de pena sobre pedra32,6 x 44,5 cmMuseu Picasso, Paris
Enquanto a abordagem de van Doesburg em "A Vaca" focava no uso de formas geométricas e cores limitadas dentro do reino do De Stijl, a série "El Toro" de Picasso explora a progressão da representação para a abstração de uma maneira mais dinâmica e expressiva.
Pablo Picasso gradualmente reduz a imagem naturalista de um touro a uma forma refinada de seu perfil. Na passagem da solidez da figura volumétrica às linhas simplificadas, Picasso visa modelar a forma até chegar ao signo.
Nesta série Picasso parte de um desenho que evoca a arte primitiva, talvez, até mesmo o bisão retratado na Caverna de Altamira; e na sequência desenvolve uma variação do acadêmico ao abstrato.
Bart van der LeckPássaro1939Cerâmica, faiança esmaltada12,5 x 12,5 x 1,5 cmMuseum Boijmans Van Beuningen
Bart van der Leck foi um pintor, designer e ceramista holandês. Filho de pintor de paredes, começou a carreira aprendendo a fazer vitrais em uma loja em Utrecht. Van der Leck se tornaria uma grande força no desenvolvimento da abstração. As figuras simplificadas e achatadas das primeiras pinturas já prenunciavam o que viria a ser o De Stijl.
A simplificação das cores e a ênfase nas formas geométricas básicas, radicalmente reduzidas, foram elementos cruciais nas obras de van der Leck e no desenvolvimento do movimento De Stijl. Essa prática de limitação cromática foi posteriormente adotada por Piet Mondrian e Theo van Doesburg. Os três artistas fundaram a revista De Stijl em 1917.
A revista foi uma plataforma importante para a divulgação e discussão dos princípios estéticos do movimento, que buscava destilar a arte em suas formas mais essenciais e criar uma linguagem visual universal e atemporal.
Georges BraqueFruteira e copo1912Carvão, papel de parede e guache sobre papel 62,9 × 45,7 cmMetmuseum
Como o primeiro "papier collé" cubista, a obra de Braque marcou uma ruptura decisiva no movimento do cubismo analítico para o cubismo sintético, no qual múltiplos sistemas de representação foram usados em uma única tela criando uma ambiguidade entre o plano literal e a profundidade percebida.
Braque usou um papel adesivo que imita madeira; a obra possui uma variedade de texturas, ele ainda aplicou uma mistura de areia e gesso ao fundo que confundem as relações espaciais dos objetos da composição. Braque potencializa ainda mais os efeitos pictóricos nos objetos achatados e distorcidos usando a técnica do trompe-l'oeil.
Jorge BraqueGuitarra1913Papel impresso e pintado cortado e colado,carvão, lápis e guache sobre tela com gesso99,7 x 65,1 cmMoMA
Pablo PicassoGuitarra1913Óleo sobre tela, montado sobre madeira87 × 47,5 cmMusée national Picasso-Paris
Entre Braque e Picasso é impossível dizer qual dos dois foi o principal inventor do cubismo; no entanto, a utilização do papel colado, trazido por Braque, marca assim a passagem do cubismo analítico para o cubismo sintético. O desenvolvimento do cubismo sintético na colagem teve um efeito radical na escultura moderna; Picasso explora novos caminhos e passa do plano ao volume, com colagens, papiers collés e assemblages.
Os mosaicistas pintam com mármore, vidro ou madeira colorida; desse modo, na tela podiam-se ver, além de papéis colados, materiais como maços de cigarros, páginas de jornal, cacos de vidro, tecidos e, muitas vezes, areia. Desta forma, o Cubismo Sintético jogou com os limites entre realidade e ilusão pictórica, gerando diálogos e tensões deliberadas entre os elementos assim justapostos.
O período sintético foi caracterizado pela ruptura completa de todos os procedimentos imitativos. As superfícies tornaram-se maiores e mais decorativas; a gama de cores é muito restrita; a ponto de tornar as figuras quase irreconhecíveis.
Embora esta obra servisse de base para o orfismo; a própria Sonia afirmou que fez o cobertor de retalhos para o filho, em 1911, inspirada em cobertores de camponeses que ela lembrava de ter visto na Rússia quando criança. Mais tarde, Sonia emoldurou e exibiu a colcha entre seus primeiros quadros abstratos. A colcha de retalhos tem sua grade irregular de formas geométricas amplamente retangulares muito semelhante à pintura cubista contemporânea.
Robert DelaunayMulher com sombrinha1913 Óleo sobre tela121 x 85 cmMuseo Nacional Thyssen-Bornemisza, Madrid
Sonia Delaunay e seu marido Robert Delaunay, pintaram obras representacionais e não representacionais ao mesmo tempo. A dupla fundou o movimento artístico Orfismo – uma versão do cubismo. Ao contrário das telas monocromáticas de Pablo Picasso e Georges Braque, os orfistas usavam tons prismáticos para sugerir dinâmica e rítmo.
O trabalho de Sonia avançou eliminando os elementos figurativos conduzindo para um movimento de abstração total. Já Robert Delaunay manteve alguns elementos figurativos.
Sonia Delaunay Prismas elétricos1913Óleo sobre tela47,99 x 56,04 cmDavis Museum at Wellesley College, Wellesley, MA
Sonia continuou experimentando com cores e geometria por meio de uma técnica que ela cunhou 'simultanéisme'. O termo foi inspirado principalmente na teoria dos “contrastes simultâneos”, uma teoria de que as cores se afetam e mudam de caráter quando colocadas lado a lado e experimentadas simultaneamente.
Roger de La FresnayeHomem sentadoTítulo atribuído: O arquitecto1913-1914Óleo sobre tela130 x 165 cmMuseu de Belas Artes de Rouen
A obra de La Fresnaye foi fortemente influenciada por Robert Delaunay e o Orfismo, que se concentrava na cor, movimento e energia. No entanto, La Fresnaye manteve uma abordagem notadamente figurativa e nunca abraçou completamente a abstração. Ele se tornou conhecido por seus métodos e técnicas cubistas, nos quais ele transformava formas naturais em uma configuração harmoniosamente equilibrada de planos simplificados e arcos renderizados em cores puras e luminosas.
Kazimir MalevichAuto-Retrato em duas dimensões1915Óleo sobre tela83,5 x 65 x 4,5 cmStedelijk Museum
Este autorretrato foi uma das primeiras tentativas de Malevich de explorar o suprematismo, movimento artístico que buscava transcender a representação figurativa e alcançar uma arte puramente espiritual. É importante reconhecer o impacto revolucionário dessa obra em seu contexto histórico abrindo caminho para novas formas de expressão e estimulando a reflexão sobre os limites da representação artística.
A simplicidade das formas e a utilização do espaço bidimensional podem ser interpretadas como uma crítica à tradição artística estabelecida, desafiando a noção de que a arte precisa imitar a realidade física. Nesse sentido, a obra de Malevich se torna uma manifestação da liberdade criativa e uma afirmação da autonomia da arte em relação ao mundo visível.
Vilmos HuszarComposição com Figura Feminina 1918 Óleo sobre tela80 x 60,4 cm Coleção particular
O húngaro Vilmos Huszár frequentou diferentes grupos de vanguarda e adotou os princípios estéticos e artísticos do neoplasticismo. Em 1916, Vilmos Huszár juntou-se aos pintores Theo van Doesburg, Piet Mondrian e Bart van der Leck, com quem fundou a revista De Stijlem 1917. Huszár permaneceu membro do De Stijl até 1923, nos anos seguintes voltou à pintura representativa, abandonando a figuração abstrata em 1955 em favor de uma linguagem pura e não objetiva.
Paul KleeVilas no outono1912AquarelaDimensões ?Coleção particular
Durante sua estada em Paris, em abril de 1912, Paul Klee teve a oportunidade de visitar o famoso Salão de Outono, uma importante exposição de arte que apresentava obras de vanguarda. Nessa exposição, ele teve contato direto com as obras cubistas de artistas como Georges Braque e Robert Delaunay, além de outros artistas associados ao movimento.
Na aquarela "Villen im Herbst" (Vilas no outono) de 1912, Klee leva o motivo representacional ao limite da abstração; o que consistiam em áreas pintadas de cores colocadas próximas umas das outras em forma de grade. Foi nesse período que apareceram pela primeira vez nas pinturas de Klee a simplificação e geometrização dos elementos naturais.
Paul KleeEm um motivo de Hamamet1914Têmpera a bordo27 x 22,5 cmKunstmuseum Basel
Paul KleeCidade com as três cúpulas1914Aguarela, guache e lápis sobre papel assente sobre cartão verde aplicado sobre cartão16,5 x 18,5 cmKunstmuseum Basel
Klee também se interessou pelas teorias e práticas do orfismo; ele foi influenciado pelo uso de cores vibrantes e contrastantes de Robert Delaunay, bem como pela ideia de que a cor poderia evocar uma dimensão espiritual na arte. Embora Klee tenha sido influenciado pelo cubismo, ele nunca se tornou um artista cubista estrito.
Ao longo de sua carreira, Klee continuou a explorar os princípios do cubismo e a desenvolver sua própria abordagem única. Klee aplicou essas técnicas em paisagens imaginárias e cenas mais poéticas. Ele combinou as técnicas cubistas com elementos surrealistas, expressionistas e simbólicos, resultando em um estilo artístico altamente pessoal e reconhecível.
Paul KleeSom Antigo. Resumo em fundo preto1925Óleo sobre cartão38 x 38cmKunstsammlung
Paul Klee desenvolveu a ideia de quadrícula de cores planas, usando uma grade de cores como notas musicais. Parte da inspiração original para a pintura de "Som antigo", veio de "São João Batista", de Leonardo da Vinci. No entanto, Klee mudou da faixa contínua de escuro para claro de Leonardo demarcando as gradações em cada um dos pequenos quadrados da composição.
Leonardo da VinciSão João BatistaPor volta de 1508-1519Óleo sobre madeira (nogueira)73 x 56,5 cmLouvre Abu Dhabi
Paul Klee viajou muito e durante suas visitas a Ravenna, Palermo e Monreale entrou em contato com os primeiros mosaicos cristãos bizantinos; essas imagens influenciaram em sua busca por estrutura e detalhes minuciosos em suas pinturas.
Curiosamente, a pixel art, caracterizada pela representação de imagens por meio de pequenos blocos de cores (pixels), tem semelhanças formais com a abordagem de Klee. Essa convergência destaca a atemporalidade e a versatilidade de certos princípios artísticos. Artistas e movimentos influenciam-se mutuamente, reinterpretando e transcendendo suas influências para criar algo novo.
Paul KleeÁrvore florida1925Óleo sobre cartão39,3 × 39,1 cm東京国立近代美術館 (MOMAT, Museu Nacional de Arte Moderna, Tóquio)
José PancettiLavadeiras do Abaeté1957Óleo sobre tela57,7 x 71 cmColeção particular
As marinhas são as pinturas mais conhecidas de José Pancetti, Inicialmente elaboradas de forma analítica, em pinceladas lisas e planos geométricos, tornam-se, com o tempo, mais limpas e, por fim, beiram a abstração.
José Pancetti pintou várias versões da paisagem da lagoa do Abaeté, em 1950, quando fixa residência na Bahia. Pancetti cria imagens poéticas revelando muita sensibilidade no uso da cor, o que revala o interessado pelas obras de Henri Matisse.
Tom WesselmannDança Azul (Blue Dance)1996-2002Óleo sobre alumínio 210,8 × 294,6 cmColeção particular
Para compreender a complexa técnica de colagem ou desenho 3D utilizada por Wesselmann, é importante investigar os processos criativos de Matisse, evidenciando sua atenção à questão da escala, tanto em obras de pequeno formato quanto em peças de grande porte.
A influência de Matisse na obra de Wesselmann, inicialmente óbvia, assume outras manifestações à medida que avança em sua emancipação artística. Wesselmann nutria um apreço desmedido pela composição e pela forma como Henri Matisse aplicava suas cores.
Ao longo de sua trajetória, Wesselmann reflete diferentes abordagens de apropriação, desde referências diretas até uma concepção mais profunda e matissiana de cor e superfície. O artista expressou sua admiração por Matisse de diversas maneiras.
Tony CraggCorredor1986Instalação163,83 cm × 88,9 cm × 2,54 cmSan Francisco Museum of Modern Art (SFMOMA)
Ao coletar itens descartados, Tonny Cragg busca uma nova identidade para esses objetos e materiais recuperados. Cragg enfatiza a importância de examinar criticamente a produção e o descarte desenfreado de objetos no mundo contemporâneo.
Tony Cragg dialoga com artistas como Marcel Duchamp, Pablo Picasso, Georges Braque e Robert Rauschenberg e movimentos como o Ready-made, a Arte Povera, a colagem e a assemblage, enquanto também resgata e reinterpreta a tradição estética da escultura figurativa.