Detalhes / OBRA DE ARTE
Título: Aopkhes
Criador: Alexandre Mury
Data de criação: 2014
Tipo: fotografia
Meio: C-print (impressão cromogênica)
Período da Arte: Contemporâneo
Movimento/Estilo: Arte Conceitual, Arte Performática
Assunto: autorretrato, pintura corporal, trompe-l'oeil, busto, anatomia, releitura, aopkhes, “aopkehsks
Obras Relacionadas: "Cabeza", (1982), Jean-Michel Basquiat
Artistas Relacionados: Jean-Michel Basquiat
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"I like kids' work more than work by real artists any day."
— Jean-Michel BasquiatO livro de medicina, Gray's Anatomy, de Henry Gray, revela o fascínio do jovem artista pelos esboços anatômicos. Basquiat recebeu este livro de sua mãe quando tinha sete anos de idade, durante um longo período de hospitalização.
A fusão composicional de ilustrações, diagramas e definições contidas no livro de anatomia serviu de fonte de inspiração ao longo de sua vida. O trabalho de Basquiat misturou muitos estilos e técnicas diferentes. Suas pinturas geralmente incluíam palavras e textos.
Para o artista não havia uma hierarquia ou distinção entre o desenho e sua prática de pintura. A figura destacada no fundo amarelo vibrante tem escrito em seu peito a palavra “Aopkhes”, cujo significado permanece misterioso e aparece em várias outras obras de arte de Basquiat.
Na obra "Versus Medici", no canto superior direito, o termo “Aopkehsks” poder ser uma derivação da palavra grega Apotheosis, que significa a elevação de um ser humano ao status de deus. Basquiat pode estar se referindo à helenização do faraó egípcio Amenhotep.
Basquiat faz uma série de pinturas em homenagens a vários faraós. Uma das versões com o título de "Reis do Egito I", ele escreve "Amenophis". Referindo-se à cultura egípcia antiga, Basquiat frequentemente usa imagens hieroglíficas e petroglíficas em suas obras.
Sua pintura, "K" ou "Separação do K", de Basquiat, sugere a mudança na grafia que aconteceu na obra "Sem Título", que se tornou conhecida como "Cabeza", onde aparece escrito "Aopkhes". A balança no canto inferior esquerdo reforça a interpretação de que ele possa estar se referindo, provavelmente, a um "quilograma" como uma unidade de peso e medidas de drogas, ou talvez a "ketamine".
Muitas das pinturas de Jean-Michel Basquiat são de alguma forma autobiográficas e "sem título", pode ser considerada uma forma de autorretrato.
A forma de caveira, lembra antigas máscaras tribais, mas também ecoa Picasso ao mesmo tempo em que invoca os desenhos anatômicos paradigmáticos de Leonardo da Vinci.
De rituais de vodu a "memento mori", Basquia era capaz de combinar características da cultura e história da arte, caribenha-africana, européia e americana.
Basquiat usou o motivo da máscara africana ao longo de sua carreira como uma forma de referenciar sua própria identidade, como um jovem artista negro. Basquiat faz uma elaborada referência às primeiras pinturas modernistas de Pablo Picasso, que por sua vez se envolveu com máscaras africanas.
Após a Segunda Guerra Mundial, Jean Dubuffet ficou fascinado com o livro de Hans Prinzhorn sobre arte psicopática. Seus estudos sobre a arte das crianças e dos doentes mentais, desenvolveu a "art brut" que visa alcançar imediatismo e vitalidade de expressão não encontrados na arte acadêmica autoconsciente. Seus desenhos e pinturas são alternadamente infantis e obsessivos, e seu estilo e tema devem muito a Paul Klee. Por Conseguinte, tanto Keith Haring quanto Basquiat fazem referência a Dubuffet em suas respectivas obras.
“Se Cy Twombly e Jean Dubuffet tivessem um bebê e o entregassem para adoção, seria Jean-Michel.”
— Rene Ricard
A pintura de Twombly favorita de Basquiat é "Apollo e o artista". Ele dizia que Twombly o ensinou a escrever coisas na tela. A incorporação de palavras em suas pinturas foi inspirada por fragmentos de muitas fontes que o influenciaram.
Em 1982, Basquiat passou um tempo na Califórnia. Logo foi atraído pelas peças que Robert Rauschenberg estava produzindo, Basquiat visitou Rauschenberg várias vezes e continuaria a se inspirar no artista expressionista abstrato.
Nessa época, Basquiat também conheceu e se tornou amigo íntimo de Andy Warhol e a dupla realizou trabalhos colaborativos entre 1983 e 1985, com Warhol ajudando a impulsionar Basquiat no “establishment” da arte da época, e Basquiat ajudando a rejuvenescer a imagem de Warhol. Seu sucesso continuou até sua morte prematura, aos 27 anos.
© Robert Rauschenberg Foundation
Leonardo Da Vinci foi uma figura muito influente para Basquiat e ele referenciava visivelmente o artista renascentista em seus esboços e pinturas. A visita à Itália em 1981 causou um profundo impacto criativo em Jean-Michel Basquiat, quando estava com apenas 22 anos.
Basquiat era um usuário frequente de drogas; habitualmente usava cocaína e heroína. Na obra "Cavalgando com a morte", é uma das últimas pinturas de Basquiat antes de sua morte em agosto de 1988. Ele resume o seu estilo de vida e filosofia. Basquiat morreu jovem e trágicamente devido aos seus hábitos autodestrutivos.
by Henry Gray (Author)
780 ilustrações
Editora : Gramercy; Revised edição (23 novembro 1988)Idioma : InglêsCapa dura : 1248 páginasISBN-10 : 0517223651ISBN-13 : 978-0517223659Dimensões : 17.25 x 7.21 x 24.18 cm