Detalhes / OBRA DE ARTE
Título: Eu e a Aldeia
Criador: Alexandre Mury
Data de criação: 2014
Tipo: fotografia
Meio: C-print (impressão cromogênica)
Período da Arte: Contemporâneo
Movimento/Estilo: Arte Conceitual, Arte Performática
Assunto: fotografia de autorretrato, pintura corporal, trompe-l'oeil, pinóquio, cavalo, bonecos, casinhas de brinquedo
Obras Relacionadas: I and the Village, 1911, Marc Chagall
Artistas Relacionados: Marc Chagall
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“Todo pintor nasce em algum lugar. Embora mais tarde ele possa reagir às influências de outros ambientes, uma certa essência — um certo ‘aroma’ de seu local de nascimento — adere à sua obra.”
Nascido em Vitebsk, na Rússia, em 1887, Marc Chagall experimentou desde cedo as tradições e a rica atmosfera da comunidade judaica, que exerceram uma influência profunda em seu trabalho. Durante sua estadia em Paris na década de 1910, Chagall entrou em contato com o movimento cubista e o fauvismo, absorvendo novas técnicas e estilos que moldaram sua abordagem artística.
No entanto, foi durante seu exílio em Nova York que ele vivenciou uma série de transformações significativas em sua arte. A cidade vibrante e multicultural inspirou Chagall a explorar novas temáticas e a incorporar elementos do surrealismo e do expressionismo em sua obra.
Mesmo diante das influências marcantes que as diferentes cidades e culturas exerceram sobre Chagall, sua arte resgata elementos de sua história pessoal e de seu lugar de nascimento. As paisagens de Vitebsk, os símbolos judaicos e as memórias afetivas eram constantemente revisitados em suas obras, conferindo-lhes uma nostalgia palpável e um vínculo com sua identidade.
Ismael Nery nasceu no Pará, em 1900. Com a idade de nove anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Sua formação inicial deu-se na Escola Nacional de Belas Artes, entre 1915 e 1920. No ano de 1921, insatisfeito com os estudos acadêmicos, viajou a Paris. Em 1927, Nery viajou pela segunda vez a Paris, e lá permaneceu por quase um ano. Nessa ocasião, estabeleceu contato com Chagall e Breton, os quais marcariam, doravante, a sua produção artística.
Pintado logo depois de seu retorno de Paris – neste autorretrato a figura de Ismael Nery divide o quadro em dois espaços: à direita, uma paisagem parisiense com a Torre Eiffel, e à esquerda o Pão de Açúcar. Em cada uma das paisagens dois perfis refletidos à mesma altura de seu rosto. De um lado, encontra-se uma cabeça masculina, possivelmente do poeta Murilo Mendes; do outro uma cabeça feminina que viria ser de Adalgisa, sua esposa.
Nascido em Moscou, em 1866, Kandinsky foi professor de direito e economia política. Depois de suas viagens a Munique e Paris, influenciado por artistas contemporâneos e pelas vanguardas artísticas do início do século XX, Kandinsky abandonou sua carreira acadêmica para se dedicar inteiramente à pintura.
Foi durante esse período de transição que Kandinsky se envolveu com o esoterismo e a teosofia. Ele estava particularmente interessado nos conceitos de espiritualidade, energia cósmica e estados emocionais. As fotografias de fenômenos sobrenaturais, como as "auras" de pensamento e emoções retratadas nelas, capturaram sua imaginação e se tornaram uma fonte de inspiração para suas criações.
Kandinsky se interessa pela relação entre forma e cor, bem como pela expressão das emoções e do pensamento por meio de elementos visuais. A aura cinza que permeia a obra sugere um ambiente misterioso e imaterial, enquanto o círculo vermelho central traz uma energia vibrante e pulsante. A grande mancha preta, por sua vez, pode ser interpretada como um símbolo de escuridão, desconhecido ou até mesmo como um portal para outro mundo.
Em 1914, Macke viajou com Paul Klee e Louis Moilliet para Tunísia. Ao longo da viagem, ele capturou tudo o que viu em aquarelas e desenhos. Depois que voltou da viagem, suas obras passaram a ser mais coloridas e vibrantes como se tisse trazido consigo o sol para casa.
Gino Severini mudou-se de Roma para Paris em 1906, aproximou-se de Braque e Picasso, mas manteve contato com seus compatriotas que permaneceram na Itália. Este trabalho reserva o interesse dos futuristas em retratar o movimento mas recebe influências do legado Cubista, baseando na desconstrução do motivo, nas técnicas de colagem e na incorporação de signos gráficos. Severini pintou esta tela no meio da Primeira Guerra Mundial enquanto morava em Igny, nos arredores de Paris.
O significado da letra R não é revelado no título da pintura, mas acredita-se que represente Rosa. Klee tinha visto a Villa Rosa no início de 1900 em suas viagens pela Itália.
O cenário do Morro da Favela foi pintado quando Tarsila do Amaral visitou o Rio de Janeiro, durante o Carnaval. A artista pintou outras duas paisagens cariocas, 'Carnaval em Madureira' e 'E.F.C.B' (Estrada de Ferro Central do Brasil).
Tarsila estudou como Fernand Léger, em Paris — As influências se fizeram perceber nas formas geométricas e nas cores. Ao retratar as ocupações de moradia informal da população marginalizada em um morro carioca, se preocupou com a síntese das figuras da paisagem e inventa formas que pouco têm de verdadeiras na vegetação e nos animais.
A pesar de esforço de Tarsila em utilizar as referências “brasileiras” — como desejavam seus colegas modernistas, sua subjetividade estava absorta pelo ambiente parisiense e matinha-se focada em um projeto estético.
© Luis Camnitzer/Artists Rights Society (ARS), New York.
Performance e fotografia são linguagens que se cruzam na icônica fotografia de Luis Camnitzer. O rosto do artista torna-se uma topografia para figuras de brinquedo que aludem a uma fazenda, uma parte de uma aldeia — uma residência familiar. O trabalho de Camnitzer usa o humor para aludir a questões de pátria e migração, assentamento e deslocamento.
Luis Camnitzer nasceu na Alemanha em 1937 e foi viver no Uruguai a partir de 1939. Em 1957, Camnitzer recebeu uma bolsa do governo alemão para estudar em uma das mais antigas e importantes academias de arte da Alemanha, Akademie der Bildenden Künste München.