Eu e a Aldeia | 2014
Detalhes / OBRA DE ARTE
Título: Eu e a Aldeia
Criador: Alexandre Mury
Data de criação: 2014
Tipo: fotografia
Meio: C-print (impressão cromogênica)
Período da Arte: Contemporâneo
Movimento/Estilo: Arte Conceitual, Arte Performática
Assunto: fotografia de autorretrato, pintura corporal, trompe-l'oeil, pinóquio, cavalo, bonecos, casinhas de brinquedo
Obras Relacionadas: I and the Village, 1911, Marc Chagall
Artistas Relacionados: Marc Chagall
⚿ Palavras-chave
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Procedência: Alexandre Mury Coleção Particular / Acervo Pessoal de Obras de Arte
Direitos: © Alexandre Mury
Marc ChagallEu e a vila1911óleo sobre tela192,1 x 151,4 cmMOMA - Museu de Arte Moderna
“Todo pintor nasce em algum lugar. Embora mais tarde ele possa reagir às influências de outros ambientes, uma certa essência — um certo ‘aroma’ de seu local de nascimento — adere à sua obra.”
— Marc Chagall
Marc ChagallParis pela janela1913óleo sobre tela136 x 141,9 cm Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Solomon R. Guggenheim Founding Collection
Nascido em Vitebsk, na Rússia, em 1887, Marc Chagall experimentou desde cedo as tradições e a rica atmosfera da comunidade judaica, que exerceram uma influência profunda em seu trabalho. Durante sua estadia em Paris na década de 1910, Chagall entrou em contato com o movimento cubista e o fauvismo, absorvendo novas técnicas e estilos que moldaram sua abordagem artística.
No entanto, foi durante seu exílio em Nova York que ele vivenciou uma série de transformações significativas em sua arte. A cidade vibrante e multicultural inspirou Chagall a explorar novas temáticas e a incorporar elementos do surrealismo e do expressionismo em sua obra.
Mesmo diante das influências marcantes que as diferentes cidades e culturas exerceram sobre Chagall, sua arte resgata elementos de sua história pessoal e de seu lugar de nascimento. As paisagens de Vitebsk, os símbolos judaicos e as memórias afetivas eram constantemente revisitados em suas obras, conferindo-lhes uma nostalgia palpável e um vínculo com sua identidade.
Ismael NeryAutorretrato1927Óleo sobre tela129 x 84 cmColeção Domingos Giobbi (São Paulo SP)
Ismael Nery nasceu no Pará, em 1900. Com a idade de nove anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Sua formação inicial deu-se na Escola Nacional de Belas Artes, entre 1915 e 1920. No ano de 1921, insatisfeito com os estudos acadêmicos, viajou a Paris. Em 1927, Nery viajou pela segunda vez a Paris, e lá permaneceu por quase um ano. Nessa ocasião, estabeleceu contato com Chagall e Breton, os quais marcariam, doravante, a sua produção artística.
Pintado logo depois de seu retorno de Paris – neste autorretrato a figura de Ismael Nery divide o quadro em dois espaços: à direita, uma paisagem parisiense com a Torre Eiffel, e à esquerda o Pão de Açúcar. Em cada uma das paisagens dois perfis refletidos à mesma altura de seu rosto. De um lado, encontra-se uma cabeça masculina, possivelmente do poeta Murilo Mendes; do outro uma cabeça feminina que viria ser de Adalgisa, sua esposa.
Wassily KandinskySenhora em Moscou1912óleo sobre tela108,8 x 108,8 cmGaleria Municipal no Lenbachhaus e Kunstbau Munique, Fundação Gabriele Münter
Nascido em Moscou, em 1866, Kandinsky foi professor de direito e economia política. Depois de suas viagens a Munique e Paris, influenciado por artistas contemporâneos e pelas vanguardas artísticas do início do século XX, Kandinsky abandonou sua carreira acadêmica para se dedicar inteiramente à pintura.
Foi durante esse período de transição que Kandinsky se envolveu com o esoterismo e a teosofia. Ele estava particularmente interessado nos conceitos de espiritualidade, energia cósmica e estados emocionais. As fotografias de fenômenos sobrenaturais, como as "auras" de pensamento e emoções retratadas nelas, capturaram sua imaginação e se tornaram uma fonte de inspiração para suas criações.
Kandinsky se interessa pela relação entre forma e cor, bem como pela expressão das emoções e do pensamento por meio de elementos visuais. A aura cinza que permeia a obra sugere um ambiente misterioso e imaterial, enquanto o círculo vermelho central traz uma energia vibrante e pulsante. A grande mancha preta, por sua vez, pode ser interpretada como um símbolo de escuridão, desconhecido ou até mesmo como um portal para outro mundo.
August MackeVista em um beco1914Aquarela29 × 22,5 cmKunstmuseum Mühlheim an der Ruhr
Em 1914, Macke viajou com Paul Klee e Louis Moilliet para Tunísia. Ao longo da viagem, ele capturou tudo o que viu em aquarelas e desenhos. Depois que voltou da viagem, suas obras passaram a ser mais coloridas e vibrantes como se tisse trazido consigo o sol para casa.
Gino SeveriniTrem da Cruz Vermelha passando por uma vila1915óleo sobre tela90,2 x 116,8 cmSolomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Solomon R. Guggenheim Founding Collection
Gino Severini mudou-se de Roma para Paris em 1906, aproximou-se de Braque e Picasso, mas manteve contato com seus compatriotas que permaneceram na Itália. Este trabalho reserva o interesse dos futuristas em retratar o movimento mas recebe influências do legado Cubista, baseando na desconstrução do motivo, nas técnicas de colagem e na incorporação de signos gráficos. Severini pintou esta tela no meio da Primeira Guerra Mundial enquanto morava em Igny, nos arredores de Paris.
Paul KleeVila R1919óleo sobre painel de madeira26,5 × 22,4 cmKunstmuseum Basel , Basileia, Martin P. Buehler
O significado da letra R não é revelado no título da pintura, mas acredita-se que represente Rosa. Klee tinha visto a Villa Rosa no início de 1900 em suas viagens pela Itália.
Tarsila do AmaralMorro da Favela1924Óleo sobre Tela64,5 x 76 cmColeção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, RJ
O cenário do Morro da Favela foi pintado quando Tarsila do Amaral visitou o Rio de Janeiro, durante o Carnaval. A artista pintou outras duas paisagens cariocas, 'Carnaval em Madureira' e 'E.F.C.B' (Estrada de Ferro Central do Brasil).
Tarsila estudou como Fernand Léger, em Paris — As influências se fizeram perceber nas formas geométricas e nas cores. Ao retratar as ocupações de moradia informal da população marginalizada em um morro carioca, se preocupou com a síntese das figuras da paisagem e inventa formas que pouco têm de verdadeiras na vegetação e nos animais.
A pesar de esforço de Tarsila em utilizar as referências “brasileiras” — como desejavam seus colegas modernistas, sua subjetividade estava absorta pelo ambiente parisiense e matinha-se focada em um projeto estético.
© Luis Camnitzer/Artists Rights Society (ARS), New York.
Luis Camnitzer“Landscape as an attitude”1979 fotografia laminada em preto e branco
Performance e fotografia são linguagens que se cruzam na icônica fotografia de Luis Camnitzer. O rosto do artista torna-se uma topografia para figuras de brinquedo que aludem a uma fazenda, uma parte de uma aldeia — uma residência familiar. O trabalho de Camnitzer usa o humor para aludir a questões de pátria e migração, assentamento e deslocamento.
Luis Camnitzer nasceu na Alemanha em 1937 e foi viver no Uruguai a partir de 1939. Em 1957, Camnitzer recebeu uma bolsa do governo alemão para estudar em uma das mais antigas e importantes academias de arte da Alemanha, Akademie der Bildenden Künste München.