Teoria como Imagem Pobre: O Texto de Hito Steyerl em Circulação Algorítmica
Alexandre Mury Artista-pesquisador Independente, Rio de Janeiro, Brazil
Alexandre Mury Artista-pesquisador Independente, Rio de Janeiro, Brazil
Resumo Este artigo examina a circulação de teoria crítica na era digital através de uma inversão do argumento de Hito Steyerl sobre “imagens pobres” (2009). Enquanto Steyerl descreve como imagens se degradam ao circular, aplico sua teoria ao próprio conhecimento teórico, usando seu ensaio como estudo de caso. Meu contato com o texto ocorreu dezesseis anos após publicação, mediado por inteligências artificiais, revelando fenômenos como canonização algorítmica, teoria machine-readable e empobrecimento retroativo. Argumento que textos otimizados para processamento algorítmico ganham velocidade de circulação, mas arriscam desconfiança contextual em recepções posteriores. A análise confirma a teoria de Steyerl de forma recursiva: seu texto sobre degradação circula degradado, não por falha, mas por confirmação de suas próprias condições reais de existência.
Palavras-chave: imagens pobres, canonização algorítmica, teoria machine-readable, empobrecimento retroativo, circulação de conhecimento, Hito Steyerl
Abstract This article examines the circulation of critical theory in the digital era through an inversion of Hito Steyerl’s argument on “poor images” (2009). While Steyerl describes how images degrade as they circulate, I apply her theory to theoretical knowledge itself, using her essay as a case study. My encounter with the text, mediated by artificial intelligences sixteen years after its publication, reveals phenomena such as algorithmic canonization, machine-readable theory, and retroactive impoverishment. I argue that texts optimized for algorithmic processing gain speed of circulation but risk contextual distrust in later receptions. The analysis confirms Steyerl’s theory recursively: her text on degradation circulates in a degraded form — not by failure, but by confirmation of its own conditions of existence.
Keywords: (English): poor images, algorithmic canonization, machine-readable theory, retroactive impoverishment, circulation of knowledge, Hito Steyerl
Em 2025, dezesseis anos após sua publicação na e-flux journal, cheguei ao ensaio “In Defense of the Poor Image” de Hito Steyerl não por indicação acadêmica, biblioteca universitária ou curadoria institucional, mas por insistência algorítmica. Como artista-pesquisador independente, fora dos circuitos formais, meu primeiro contato com a obra de Steyerl veio de sugestões maquínicas: inteligências artificiais citavam Steyerl com frequência notável em conversas sobre imagem, circulação digital e economia visual. Após ser confrontado repetidamente com seu nome em respostas geradas por IA, busquei o texto original no site da e-flux, em inglês, exigindo que eu mesmo realizasse a tradução com auxílio das mesmas ferramentas que me apresentaram à autora.
Esta trajetória revela um fenômeno que Steyerl não poderia prever em 2009: a canonização algorítmica, onde autores tornam-se canônicos não apenas por validação institucional humana, mas por frequência de citação em sistemas de inteligência artificial. Máquinas indexam, recuperam e reproduzem certos textos com maior frequência que outros, criando hierarquias epistêmicas paralelas às institucionais (Chun, 2016).
A “imagem pobre”, segundo Steyerl, é uma cópia em movimento: “Sua qualidade é ruim, sua resolução é inferior ao padrão. Conforme acelera, ela se deteriora” (Steyerl, 2009). Mas quando perguntei a múltiplas IAs por que citavam Steyerl com tanta frequência, todas responderam variações da mesma explicação: sua escrita é estruturalmente citável — conceitos nomeáveis, argumentos modulares, exemplos concretos. Steyerl produziu, talvez involuntariamente, teoria machine-readable: texto otimizado para indexação, recuperação e citação algorítmica.
Esta compatibilidade não diminui o valor intelectual de sua obra, mas revela algo sobre a circulação contemporânea: textos otimizados para processamento algorítmico ganham vantagem na economia digital de conhecimento (Groys, 2016). Este artigo inverte o argumento de Steyerl: enquanto ela descreve imagens que perdem substância ao ganhar velocidade, examino como a própria teoria crítica sofre empobrecimento retroativo ao circular através de canais algorítmicos. O texto não propõe que Steyerl falhou ou ignorou aspectos importantes — seu ensaio explora um recorte específico sobre imagens. Propõe, ao contrário, aplicar sua teoria a contextos que ela não examinou, incluindo a circulação do próprio texto.
O argumento desenvolve-se em quatro movimentos: primeiro, resume o argumento de Steyerl sobre imagens pobres; segundo, examina minha trajetória específica de acesso ao texto; terceiro, introduz o conceito de empobrecimento retroativo — como contextos de recepção alteram o valor de textos; finalmente, demonstra que a teoria de Steyerl, quando aplicada a si mesma, não se invalida, mas se confirma.
Nota Metodológica Este artigo adota uma abordagem autoimplicativa como método epistemológico principal, inspirada em tradições pós-críticas e performativas na teoria da arte (Foster, 2015). Minha posição como artista-pesquisador independente não é mero contexto biográfico, mas ferramenta analítica: a mediação algorítmica de minha leitura de Steyerl serve como demonstração encarnada dos conceitos propostos. Esta autoimplicação permite uma crítica recursiva, onde o processo de produção do texto (incluindo interações com IAs) reflete e testa a tese central. Tal método alinha-se a abordagens híbridas em estudos de mídia, onde o pesquisador é simultaneamente sujeito e objeto de análise, evitando dualismos sujeito-objeto tradicionais (Flusser, 1983/2000).
O ensaio de Steyerl começa com uma descrição precisa: a imagem pobre é “uma cópia em movimento. Sua qualidade é ruim, sua resolução substandard. Conforme acelera, ela se deteriora” (Steyerl, 2009, p. 1). Essas imagens — torrents, streams, arquivos AVI comprimidos — circulam através de redes informais, plataformas P2P e canais não-comerciais. Elas representam o que Steyerl chama de “os Miseráveis da Tela contemporâneos, os destroços da produção audiovisual” (p. 2).
A tese central de Steyerl é que esta degradação não é apenas perda, mas também transformação produtiva. A imagem pobre “transforma qualidade em acessibilidade, valor de exibição em valor de culto, filmes em clipes, contemplação em distração” (p. 1). Ao perder substância visual, a imagem ganha mobilidade, velocidade, alcance. Ela escapa dos “cofres dos cinemas e arquivos” e entra em “incerteza digital” (p. 1).
Steyerl conecta este fenômeno a transformações econômicas mais amplas: a reestruturação neoliberal da produção midiática, a privatização de arquivos estatais, o colapso de circuitos de cinema experimental e não-comercial. Imagens pobres são sintomas de “deslocamento violento, transferências e deslocamento das imagens — sua aceleração e circulação dentro dos ciclos viciosos do capitalismo audiovisual” (p. 2). Mas também são veículos de resistência: elas “criam vínculos visuais”, “constroem alianças”, “provocam tradução ou tradução equivocada” (p. 8).
O argumento culmina em ambivalência produtiva: imagens pobres pertencem simultaneamente a “economias alternativas de imagens” e a “linhas de montagem da mídia capitalista” (p. 9). Elas democratizam acesso, mas também facilitam comodificação. Elas resistem à fetichização da alta resolução, mas integram-se perfeitamente ao capitalismo informacional que prospera em “períodos de atenção comprimidos, em impressão em vez de imersão” (p. 6).
Esta ambivalência constitui o ponto forte do argumento: Steyerl não romantiza a imagem pobre nem a condena. Reconhece que “a circulação de imagens pobres alimenta tanto linhas de montagem da mídia capitalista quanto economias audiovisuais alternativas” (p. 9). A questão não é se imagens pobres são boas ou más, mas como funcionam — quais forças mobilizam, quais circuitos criam, quais hierarquias desafiam ou reforçam (Crary, 2013).
Minha chegada ao texto de Steyerl dezesseis anos após publicação não reflete falta de circulação do ensaio — que evidentemente circula amplamente em universidades, museus e conferências internacionais. Reflete uma posição específica: artista-pesquisador independente, operando fora dos fluxos institucionais regulares. Artistas-pesquisadores independentes como eu, e até mesmo pesquisadores acadêmicos com vínculos institucionais, frequentemente acessam teoria crítica contemporânea através de mediação algorítmica, mesmo quando utilizam bibliotecas ou repositórios abertos.
Ferramentas de tradução automatizada eliminaram barreiras linguísticas técnicas: qualquer texto em inglês pode ser traduzido instantaneamente. Mas permanecem barreiras de validação epistêmica. Ambientes acadêmicos frequentemente desconfiam de traduções maquínicas, preferindo traduções publicadas por editoras reconhecidas, validadas por autoridades institucionais. Esta desconfiança não é técnica (IAs traduzem com precisão crescente), mas institucional: reflete hierarquias de legitimação onde tradução “oficial” carrega mais autoridade que tradução automatizada.
Para pesquisadores independentes, esta hierarquia pode complicar o acesso, mesmo com visitas a bibliotecas ou repositórios abertos. Mas esta condição revela algo importante: a mediação algorítmica não apenas traduz textos, mas seleciona quais textos merecem atenção. IAs não citam aleatoriamente; processam corpus textual vasto e recomendam autores com maior frequência baseando-se em padrões estruturais.
Steyerl emerge desta seleção algorítmica com destaque. Quando perguntei a múltiplos sistemas por que a mencionavam frequentemente, as respostas convergiram: conceitos nomeáveis (“poor image”), frases declarativas, estrutura modular, exemplos concretos. Estes elementos não apenas facilitam compreensão humana — facilitam processamento maquínico. Textos com estas características são mais facilmente indexados, recuperados, integrados em respostas automatizadas (Berardi, 2011).
Esta compatibilidade estrutural não diminui o valor intelectual da obra de Steyerl. Demonstra, ao contrário, eficácia comunicativa excepcional: ela escreve de forma que humanos e máquinas processam eficientemente. Mas produz consequência não antecipada: textos machine-readable tornam-se canônicos através de circulação algorítmica, criando nova hierarquia epistêmica paralela às tradicionais.
A questão que emerge: textos estruturados para processamento eficiente circulam mais rapidamente, mas esta velocidade altera recepção? O texto de Steyerl chegou até mim comprimido em respostas de IA, destacado por conceitos-chave, contextualizado minimamente. Cheguei ao ensaio completo apenas após múltiplos encontros fragmentados. Esta trajetória replica exatamente o que Steyerl descreve sobre imagens: circulação através de canais que priorizam velocidade sobre contexto, acessibilidade sobre densidade.
O conceito de empobrecimento retroativo refere-se a como contextos de recepção alteram o valor percebido de textos ao longo do tempo. O ensaio de Steyerl, publicado em 2009, não poderia antecipar o contexto de 2025: proliferação de IAs generativas, ferramentas de detecção de texto automatizado, vigilância acadêmica contra plágio algorítmico. Este novo contexto altera recepção de textos estruturados — não porque mudaram em conteúdo, mas porque mudou ambiente interpretativo.
Em 2009, texto com conceitos nomeáveis, frases modulares e argumentos compartimentados sinalizava clareza pedagógica. Em 2025, mesma estrutura pode suscitar desconfiança: foi escrito por humano ou gerado por IA? Ferramentas de detecção algorítmica buscam padrões específicos — repetição de estruturas, previsibilidade sintática, modularidade excessiva. Textos humanos escritos com estas características podem ser falsamente sinalizados como automatizados.
Steyerl obviamente escreveu sem auxílio de IA generativa (que não existia em 2009). Mas seu texto possui características que, retrospectivamente, o tornam compatível com padrões que IAs reproduzem: estrutura clara, conceitos definidos, progressão lógica. Esta compatibilidade retroativa cria ironia: texto humano excepcionalmente bem estruturado passa a circular eficientemente entre máquinas, mas pode suscitar desconfiança em humanos vigilantes (Groys, 2008).
Quando acessei o ensaio de Steyerl após múltiplas recomendações algorítmicas, eu nunca tinha ouvido falar dela fora dos chats de IAs. Minha primeira reação não foi apenas intelectual, mas também de estranhamento: solicitei avaliações e declarações de três IAs sobre os textos de Steyerl de modo geral, que deram respostas equivalentes, confirmando que sua obra era perfeitamente organizada, programática — com conceitos nomeáveis, argumentos modulares e exemplos concretos. Esta confirmação não reflete qualidade inferior — reflete mudança contextual. Em ambiente saturado de textos gerados por IA, estruturas demasiado previsíveis geram suspeita. Minha curiosidade-desconfiança-interesse foi despertada exatamente por essa sugestão recorrente das IAs, que me levou a investigar mais a estrutura do texto do que o conteúdo em si.
Aqui emerge o conceito central: o texto de Steyerl não se tornou pobre em conteúdo (que permanece sofisticado), mas em forma de chegada. Chegou mediado por algoritmos, destacado por características estruturais, recebido em contexto onde estas mesmas características suscitam desconfiança. O empobrecimento não está no texto original, mas na trajetória que percorreu até chegar a mim.
Esta observação não invalida a obra de Steyerl. Ao contrário: confirma sua teoria. Ela argumenta que imagens perdem substância ao circular através de canais que priorizam velocidade. Seu próprio texto replica este processo: circula rapidamente entre sistemas automatizados, mas chega a certos leitores empobrecido — não por degradação de conteúdo, mas por transformação de contexto.
A ironia estrutural é que Steyerl não errou sobre imagens pobres — acertou tão profundamente que sua teoria aplica-se ao próprio texto que a apresenta. Ela argumenta que imagens pobres “transformam qualidade em acessibilidade” (p. 1). Seu texto replica este processo: transforma densidade teórica em citabilidade algorítmica. Imagens pobres “aceleram e deterioram” (p. 1). Seu texto acelera através de sistemas de indexação e deteriora em recepção contextual. Imagens pobres “são libertadas dos cofres” (p. 1). Seu texto é libertado de circuitos institucionais tradicionais, mas chega empobrecido a quem acessa via mediação algorítmica.
Steyerl conclui: “A imagem pobre não é mais sobre a coisa real — o original originário. Em vez disso, é sobre suas próprias condições reais de existência” (p. 10). Esta afirmação aplica-se perfeitamente ao próprio ensaio. Ele não é mais apenas “teoria crítica sobre imagens” — é sobre suas próprias condições de circulação: mediação algorítmica, canonização por sistemas automatizados, empobrecimento retroativo em contextos de desconfiança.
Esta recursão não enfraquece o argumento de Steyerl. Fortalece-o. Teorias robustas sobrevivem à auto-aplicação; teorias fracas colapsam quando voltadas contra si mesmas. A teoria de Steyerl não apenas sobrevive — prospera. Quando aplicada ao próprio texto, não o invalida mas o confirma. Ela não estava errada. Estava mais certa do que poderia antecipar em 2009.
Mas esta confirmação abre questões que Steyerl não explorou: * Se textos estruturados para processamento eficiente tornam-se canônicos através de circulação algorítmica, como produzir teoria que resista tanto à invisibilidade (não ser processada) quanto à comodificação (ser processada demais)? * Canonização algorítmica cria hierarquia epistêmica independente de validação institucional tradicional. Artistas-pesquisadores independentes, e até mesmo pesquisadores acadêmicos com vínculos institucionais, frequentemente acessam teoria através de IAs que selecionam baseando-se em compatibilidade estrutural. Esta hierarquia é mais democrática (acesso universal) ou mais restritiva (apenas textos machine-readable circulam)? * Empobrecimento retroativo sugere que valor de textos não é fixo, mas contextual. Textos escritos em 2009 são lidos em 2025 sob vigilância algorítmica. Como escrever teoria que antecipe contextos futuros de recepção? Ou isto é impossível?
Steyerl não oferece respostas — porque escreveu antes destas questões emergirem. Mas seu texto fornece framework para examiná-las. A imagem pobre funciona como conceito não apesar da circulação degradada, mas através dela. Similarmente, teoria sobre circulação degradada ganha força quando ela mesma circula de forma degradada. A recursão não é falha — é método (Chun, 2016).
Este artigo não propõe que a teoria deva “superar atraso” ou “alcançar tempo real”. Propõe, antes, examinar como posições específicas revelam aspectos da circulação do conhecimento invisíveis a outras perspectivas. Minha trajetória como artista-pesquisador independente, acessando Steyerl dezesseis anos após sua publicação por meio de mediação algorítmica, não é universal — mas tampouco excepcional. Ela revela uma estrutura de circulação na qual máquinas selecionam, indexam e recomendam textos com base em compatibilidades estruturais.
A canonização algorítmica não substitui a validação institucional; opera paralelamente a ela. Autores podem ser canônicos na universidade sem serem frequentemente citados por IAs — e vice-versa. Steyerl ocupa uma posição privilegiada: é canônica em ambas as hierarquias. Mas essa dupla posição produz uma ironia: o texto que teoriza a degradação na circulação circula ele próprio de forma degradada — comprimido, acelerado, contextualmente empobrecido (Crary, 2013).
A teoria machine-readable não é um defeito, mas uma característica da produção contemporânea de conhecimento. Textos estruturados para processamento eficiente ganham vantagem na economia digital. Mas essa vantagem tem um custo: textos excessivamente previsíveis suscitam desconfiança em contextos de vigilância algorítmica. O empobrecimento retroativo não é um problema técnico (solúvel por melhor tradução ou acesso mais rápido), mas um problema interpretativo: as mesmas características estruturais que facilitam a circulação também produzem suspeita.
A pergunta que permanece não é como fazer a teoria circular mais rápido, mas como produzir teoria que resista simultaneamente à invisibilidade e à comodificação. Como escrever de forma processável por sistemas automatizados (garantindo circulação) sem ser por eles reduzida (preservando complexidade). Como participar da economia global do conhecimento sem ser colonizado por suas hierarquias — sejam institucionais ou algorítmicas.
Não há resposta definitiva. Mas talvez a contribuição mais importante de Steyerl seja demonstrar, involuntariamente, que teorias sobre circulação degradada inevitavelmente circulam de forma degradada. E que isso não constitui refutação, mas confirmação. Ela não estava errada sobre as imagens. Estava certa — inclusive sobre a teoria. A recursão não enfraquece o argumento: ela o completa.
BERARDI, Franco “Bifo”. After the Future. Oakland: AK Press, 2011.
CHUN, Wendy Hui Kyong. Updating to Remain the Same: Habitual New Media. Cambridge, MA: MIT Press, 2016.
CRARY, Jonathan. 24/7: Late Capitalism and the Ends of Sleep. London: Verso, 2013.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta: Ensaios para uma filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000. (Originalmente publicado em 1983).
FOSTER, Hal. Bad New Days: Art, Criticism, Emergency. London: Verso, 2015.
GROYS, Boris. Art Power. Cambridge, MA: MIT Press, 2008.
GROYS, Boris. In the Flow. London: Verso, 2016.
STEYERL, Hito. In Defense of the Poor Image. e-flux journal, n. 10, 2009. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/10/61362/in-defense-of-the-poor-image/. Acesso em: 15 out. 2025.